sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Um dia encantado

Quando menos esperamos, lá vem ela de novo.
Chega sem pedir licença. Invade as nossas vidas.
Enfim, o dia mais esperado. Sábado?
Não. Falo do encanto da sexta-feira! Se tivéssemos que descrevê-la não precisaríamos muito esforço. A mudança é notória.


É só olhar pela janela e observar: as pessoas perambulam pelas ruas tão sorridentes que sequer percebem a realidade nua e crua. A ordem cronológica se perde em sua magia. De manhã, homens e mulheres já programam a noite. O aparelho celular não descansa um minuto. Ligações e mensagens se misturam com o ritmo frenético das conversas, onde, muitas vezes não escolhe hora ou lugar.


E os empecilhos? Fique tranquilo, pois só acontecem nos outros dias. Hoje, nada atrapalha, aliás, desta vez nem o barulho da obra intimidou o vizinho. Até o trânsito da metrópole calou-se para vê-la passar. Nas avenidas, buzinas soam como notas musicais. Os palavrões? Já não chamam tanto a atenção. É, a magia contagiou até a roupa da Dona Maria. Como ela está linda. Até o cabelo penteou.
Mas, tenho que ser sincero. Minha vontade era viver em outro mundo, com gênios, fadas e duendes. Assim, quem sabe, em uma garrafa qualquer conseguiria descobrir o enigma. E olha que o encanto não se restringe apenas aos adultos. É verdade, para você ter uma idéia, há um mês, uma criança pintou cada dia da semana com uma cor. Enquanto o vermelho preenchia o domingo; o cinza fixava a segunda, e assim por diante, a sexta-feira foi representada por todos os lápis do estojo. Enquanto pintava, o colorido da folha interagia com o sorriso do menino. O olhar compenetrado parecia feitiço. Magia ou coincidência?
Enfim, não temos como fugir à regra. O jeito é sair às ruas e enfrentá-la mais uma vez. Farei como a maioria das pessoas: vou tomar banho e colocar a melhor roupa. O celular já está comigo. Prometo não ficar nervoso, caso chegue atrasado ao trabalho. O café? Deixa pra lá, depois eu bebo. Na hora do almoço, nada de marmita ou lanche, apenas um bom restaurante. Ao ir embora, o happy hour traduzirá o balanço do dia. E, quando voltar para casa, o sorriso e o bom humor estarão presentes.

Hoje, o encanto é contínuo, ímpar. Temos que vivenciá-lo intensamente para crer, caso contrário, poderá ser tarde, pois amanhã começaremos tudo de novo, mas de um jeito diferente. É, quem me dera que todos os dias fossem sextas.

E lá vem ela de novo, sem pedir licença...