sexta-feira, 23 de maio de 2008

URGÊNCIA?



- Bom dia, preciso de uma viatura com urgência, mal súbito, com quem eu falo?

- Soldado Marcio. Qual o tipo de problema?

- Um momento – Neste intervalo converso pelo HT com o líder da Segurança e ele me responde que é uma senhora que desmaiou na capela.

- Uma senhora desmaiou soldado Marcio.

- Pôxa, mas desmaio é “vago” demais, pode ser uma convulsão, infarto, pressão. Você tem que avaliar melhor.

- Se eu soubesse diagnostica-la eu não estaria pedindo ajuda. Quem faz este tipo de serviço é medico, e pelo que sei os especialistas são vocês, ou não? Pois eu trabalho com segurança. E o nosso ambulatório está fechado.

- Um momento (o sinal parece de uma transferência)

- Bom dia?

- Bom Dia, meu nome é Alexandre e preciso de uma viatura com urgência. Com quem eu falo?

- Maria, Qual o endereço?

- Rua Taquari, 546 – Mooca – Universidade São Judas - Qual o número da ocorrência?

- O protocolo é: 145456-9 (este número é fictício, não me recordo do original).

- Qual o problema?

- Desmaio, trata-se de uma senhora de aproximadamente 70 anos.

- Ok. Já está a caminho.

- Obrigado.

Este diálogo foi exatamente às 11H 10M. Realmente é deplorável uma situação como esta. Uma má vontade, uma falta de preparo, sem estrutura nenhuma a nossa policia. Parece que é favor ou algo parecido. Em nenhum momento eles informaram que tinham transferido para o SAMU. E por que não o resgate? Por se tratar de um desmaio? E se for um infarto?

Às 11H 30M liguei de novo:

- Policia Militar, Bom dia.

- Bom dia, com quem eu falo?

- Policia Militar, Bom Dia.

- Estou com um número do protocolo e queria saber se a viatura já está a caminho?

- Não trabalhamos com protocolo, você falou com quem? Com o SAMU?

- Meu senhor, eu liguei para o RESGATE e falei com o soldado Marcio. Não falei com o SAMU, se ele me passou para lá devo ter falado com “alguém” que trabalha no SAMU.

- Um momento.

- Maria bom dia?

- Bom dia, queria saber se a viatura para a Universidade São Judas está a caminho?

- Meu senhor, já foi passado para a viatura.

- Ok. É do SAMU?

- Sim

- Obrigado.

Às 11H 45M a família da vitima chegou à universidade para socorrê-la. Imediatamente a levaram para o hospital. E para a surpresa de todos, às 12H 05M chega a viatura do SAMU. O motorista informou que desconhecia o endereço, passaram para ele que o problema era “numa” calçada e não dentro de uma universidade. E que informaram a noticia há dez minutos.

O que é isso? Estamos falando de uma vida. Não podemos tratar ninguém desta forma. E outra, na calçada é “vago” e, por que ele veio justamente na calçada da São Judas? Coincidência?

É, precisamos realmente fazer algo por nossa cidade. Foram exatamente 55 minutos de atraso. Não podemos brincar com isso. É um caso sério. Se fosse uma ocorrência em plena sexta-feira, ou no inicio de um feriado prolongado, tudo bem. Mas no domingo é brincadeira, e de mau gosto.

Para encerrar este “circo”, pois na minha concepção não tenho outra palavra para substituir, a viatura do SAMU fica na rua de trás da universidade. Isso mesmo, na Rua Cassandoca tem um Corpo de Bombeiros. E a universidade fica em frente da Sub Prefeitura da Mooca e, a central do RESGATE situa-se na Praça da Sé, próximo da ocorrência.

E quem mora longe?

3 comentários:

Anônimo disse...

Lamentável! Depois do que ouvi na delegacia, o resto é só mais uma piada que temos que achar graça porque chorar já não dá mais, a fonte secou!

Marcos Forte disse...

Montanha, isto é Brasil. Mudar prá quê? Se as coisas estão do jeito que eles gostam.

Abs,

Marcos

Juliana Petroni disse...

Infelizmente esse é o mundo que vivemos, não sei mais o que fazer para mudar essa realidade... acreditar no futuro, como? no desenvolvimento? fica cada vez mais difícil
bjosss