terça-feira, 1 de abril de 2008

Alzheimer: Caminho de sombras


A Doença de Alzheimer (ou Doença Senil) foi descoberta em 1906, pelo médico alemão Alois Alzheimer. É uma doença auto-degenerativa, que afeta o cérebro, o raciocínio e a comunicação das pessoas, impossibilitando o portador para o trabalho e convívio social. No Brasil, existem cerca de 15 milhões de pessoas com 60 anos de idade e 6% delas sofrem da moléstia. No mundo o número sobe para 26 milhões.

Apesar do avanço nas pesquisas medicinais, ainda não existe um tratamento de cura para o Alzheimer. Os esforços médicos são voltados para o diagnóstico precoce e para a aplicação dos medicamentos. Vale lembrar que o diagnóstico preciso só pode ser feito após a morte, pois é necessário fazer uma análise física do cérebro.

Ao longo do período, pode-se notar o surgimento de outras demências. Entre elas, problemas de memória, perdas de habilidades motoras (como vestir-se, dirigir carro, cozinhar, lidar com dinheiro e etc.), problemas de comportamento e confusão mental.

A doença não tem um tratamento específico eficaz. Os remédios existentes são usados para retardar os sintomas. Os mais usados são: O “Excelon” e o “Namenda”. Os medicamentos são importados e no caso do “Excelon” a caixa chega a custar R$ 270,00, e só dá para15 dias. Cuidados especiais, medidas de segurança em casa, terapias, exames periódicos, música, atividades simples, exercícios, acompanhamento, tudo isso são essenciais, para o portador do Alzheimer.

A perda de memória nos idosos pode ser considerada como um sintoma inicial da doença. Segundo o Dr. André Vasconcelos, neurologista do Hospital das Clínicas, “Os pequenos esquecimentos, a perda de memória, repetição de palavras, geralmente é um dos indícios do Alzheimer. Para os familiares, estes fatores são apenas parte normal do envelhecimento, ou, popularmente falando, caduquice”.


Os fatores que levam ao Alzheimer, ainda não são totalmente comprovados. Mas as teorias que visam explicar as causas são muitas. O que pode se destacar é o avanço da idade, pois quanto mais velho, os neurotransmissores ficam mais frágeis; falta de exercícios para a memória; filhos que nasceram de mães com mais de 40 anos; heranças genéticas e outras que surgiram recentemente, como o baixo nível de escolaridade e a contaminação pelo alumínio.

Na maioria dos casos, a doença afeta principalmente os idosos, acima de 65 anos. Mas existem pacientes com 40 anos e relatos raros de início na infância. Ás vezes pode acontecer casos na mesma família, ou isolados.

A doença de Alzheimer, divide-se em três fases: A inicial, intermediária e a final. O período médio entre o primeiro e o ultimo estágio é cerca de nove anos. Este período pode variar muito, existem casos comprovados onde o número subiu para 16 anos.

A fase inicial é marcada pela confusão e esquecimentos cerebrais. O paciente procura palavras ou deixa pensamentos inacabados. Esquece facilmente os fatos ou conversas recentes. Na fase intermediária, a pessoa precisa de ajuda para realizar tarefas rotineiras. Ele pode não reconhecer os familiares, se perde com facilidade e muitas vezes entra no chuveiro para tomar banho com roupa. Pode tornar-se impaciente, mal-humorado, agressivo e imprevisível.

Na fase final, a pessoa perde completamente a memória, julgamento e o raciocínio. O portador fica no leito o tempo integral, e acaba adotando a posição fetal, conhecida como paraplegia em flexão, a espera do manto escuro do Alzheimer.

No livro, “O lado escuro”, de Heloisa Seixas, a autora descreve a doença da mãe em uma única frase: “ E ela segue sozinha, em seu caminho de sombras, por onde não posso acompanhá-la. Um dia, talvez não muito distante, sua viagem estará terminada.”

Alexandre Ofélio

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