quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Gavetas

O que eu poderia fazer para arrumar esta gaveta?
Que todos mexem, remexem e não perguntam
Se está abandonada, se tem dono ou largada
Apenas deixam trapos e palavras amargas

E não me venha dizer que chorar é humano
Angústias e sentimentos se rebelam, se cansam
E no momento mais difícil... Não desista!!!
Mesmo que este dia perfeito não exista

“Nossa vida é um pas de valse, sempre oscila
De um lado para outro”, disse a bailarina
Palavras fortes, brilhantes como purpurinas
Iluminadas como as estrelas, visto da marina

Sou um simples veleiro que navega sem parar
Entre tempestades, raios e ventos traiçoeiros
Seguro forte, pois as ondas crescem e enaltecem
Nossa alma. Quebram, lavam e desaparecem

E a gaveta? Eu irei arrumar, pode acreditar
As pedras ficarão para trás, esquecidas no mar
E perto do porto encontrei a mais bela flor
Onde, da margem, eu pude ver um velho amor

Que se vai ao longe, como lembranças
Que ao longo do tempo, vagamente recordamos...
E o sol nasceu, vou levantar a ancora, é hora de partir
Esquecer? Não vou conseguir, mas a busca é certa
Não vou desistir...

7 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom!! Parabéns

E se enfrentá-la com um Pas de Deux, melhor ainda. Nunca sozinho, sempre acompanhado. (Iêda)

E o Vida Bailarina agradece a lembrança! rs

E, se cuida!!!
Bjo

Marcos Forte disse...

Show!!! Como sempre...

Abs,

Juliana Petroni disse...

Que lindo texto, parabéns!!!
Beijosss

Juliana Petroni disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Ahhh esse cara é bom no que faz hein!! Parabéns Montanha

João Luis Pinheiro - Jornalista, escritor e poeta disse...

Lembranças! Parece que você e o Marcão estão sintonizados. O tema é o mesmo...
Parabéns pelo texto. Excelente, mais uma vez.

Abraços
João

Tatiana de Campos disse...

sem palavras....